quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Inventos estranhos da Nasa

A Nasa é reconhecida por ter permitido a criação de uma série de coisas úteis - além das viagens espaciais. Desde sua criação, em 1958, a Nasa tem como uma de suas missões melhorar a vida na Terra. Ela trabalha em conjunto com várias empresas e equipes de pesquisa nos EUA, desenvolvendo conceitos que podem auxiliar no avanço da tecnologia em vários campos, da saúde ao entretenimento. Há até mesmo uma publicação da Nasa, chamada "Spinoff", que detalha os diversos produtos comerciais e tecnologias que surgiram a partir de ideias da Nasa.


Há alguns exemplos de coisas muito úteis derivadas da tecnologia da Nasa, como as ferramentas sem fio e modernos métodos de telecomunicações. E existem também aplicações estranhas, ou produtos inusitados, que provavelmente nunca foram imaginados pelos cientistas da Nasa durante a criação de um conceito.




Vamos conhecer nas páginas seguintes alguns dos itens mais estranhos desenvolvidos a partir de tecnologia da Nasa.


5: Suplementos nutricionais de microalgas

Nos EUA, e em mais de 70 outros países, a papinha de bebê normalmente inclui microalgas - ou melhor, um suplemento nutricional derivado de algas. E muitos outros alimentos contêm derivados de algas, graças a um programa iniciado pela Nasa nos anos 80 do século 20 - o Sistema de Apoio à Vida em Ambiente Fechado. Entre os estudos estava o uso de microalgas como alimento em missões espaciais de longa duração. Depois que a Nasa encerrou o programa, alguns dos cientistas que trabalharam nele fundaram uma empresa Martek Biosciences, para continuar a pesquisa.



Sorvete do espaço
Crianças gostam de pedir "sorvete dos astronautas" nas lojas de lembranças de muses espaciais, mas o sorvete liofilizado (desidratado a frio) não era popular entre os astronautas. Criado pela Whirlpool para a missão Apollo de 1968, só foi para o espaço naquela ocasião.

Uma das microalgas estudadas pela Martek é a Crypthecodinium cohnii, rica num ácido graxo ômega-3 chamado DHA (sigla em inglês de ácido docosahexanóico). O DHA é encontrado no cérebro, nos olhos e no coração, sendo essencial para o desenvolvimento desses órgãos em bebês e para seu funcionamento em adultos. Em 2001 a Martek começou a produzir um suplemento nutricional chamado Formulaid, que também incluía AHA (ácido aracdônico), um ácido graxo ômega-6 essencial, derivado de um fungo. Atualmente o Formulaid está presente em quase todas as fórmulas alimentares para bebês vendidas em 76 países, e o DHA desenvolvido pela Martek a partir de algas também é adicionado a alimentos como leite, iogurte, molho de macarrão e pão.




Em 2009 a Nasa e a Fundação Espacial incluíram os suplementos nutricionais de microalgas no Hall da Fama do Espaço.

4: Perfume de rosa espacial

Gertrude Stein escreveu em 1913 que "Uma rosa é uma rosa é uma rosa". Mas aparentemente uma rosa no espaço não é como uma rosa na Terra. Em 1998 pesquisadores do Wisconsin Center for Space Automation and Robotics, da Nasa, desenvolveram uma câmara especial para cultura de vegetais - a Astroculture. O dispositivo fornece às plantas níveis adequados de nutrientes, umidade e calor durante missões espaciais. Uma fábrica de essências, a International Flowers & Fragrances (IFF), imaginou que a Astroculture seria perfeita para descobrir que mudanças haveria no aroma de uma rosa no espaço. Embora já se soubesse que a microgravidade provocava mudanças biológicas nas plantas, ninguém ainda havia pesquisado seu efeito na produção de óleos voláteis, que dão aroma às flores.


A IFF escolheu para o experimento uma variedade miniatura de rosa chamada Overnight Scentsation. Com menos de 18 cm de altura, a planta cabia facilmente no compartimento da Astroculture (com 43,2 por 22,9 por 53 centímetros). A rosa foi para o espaço em 28 de outubro de 1998, a bordo do ônibus espacial Discovery, no voo STS-95. Durante a missão os dois botões da roseira desabrocharam, e astronautas mediram várias vezes o teor de óleos voláteis da rosa.




Analisando as amostras a IFF concluiu que a rosa produziu no espaço menos óleos voláteis. Segundo Braja Mookherjee, da equipe de pesquisadores da IFF, o aroma também era mais "floral de rosa" que o normal [fonte: NASA]. A partir desse aroma a IFF criou uma essência chamada rosa espacial, usada no perfume Zen, da Shisedo.
Rosa usada em experimento no espaço

Nasa/Marshall Space Flight Center

Rosa usada em experimento no espaço

3: Maiô superveloz


O que há em comum entre voos espaciais e natação? A resposta é o arrasto viscoso, força que se opõe ao movimento de um objeto por um fluido como o ar ou a água. Na natação de competição as vitórias se dão por centésimos de segundo, e a redução do arrasto pode ser a diferença entre a vitória e a derrota. 




O Centro de Pesquisas Langley, da Nasa, usa túneis de vento para estudar a dinâmica dos fluidos - o fluxo de fluidos em movimento. Estudando as forças envolvidas a Nasa melhora a aerodinâmica das naves espaciais. A Speedo, fabricante de material de natação, buscou a ajuda de pesquisadores em Langley após a Olimpíada de 2004, para projetar roupas de natação mais eficientes. Usando um túnel de vento, eles testaram os efeitos do arrasto em mais de 100 tecidos e revestimentos. Até as costuras foram analisadas.




Das pesquisas surgiu o LZR Racer. Feito de tecido leve resistente à água, o traje de natação tinha suas partes unidas por solda ultra-sônica, que reduzia em 6% o arrasto em relação à costura tradicional. Além disso, cobria superfície maior do corpo, o que ajudava a diminuir o arrasto, e comprimia o corpo, tornando o nadador mais hidrodinâmico e capaz de dispender menos energia para nadar.




Nadadores usando o LZR Racer conseguiram ótimos resultados - Michael Phelps ganhou suas 8 medalhas de ouro na Olimpíada de 2008 com o traje. A vantagem dos nadadores que usavam esse traje desenvolvido com ajuda da Nasa era tão grande que em 2009 a Fina, órgão que controla a natação de competição, passou a restringir seu uso.

2: Aniquilador de espinhas

Há muitos produtos para prevenir e combater a acne, mas vários deles exigem uso prolongado e podem provocar efeitos colaterais. Um pesquisador chamado Robert Conrad pensou num jeito diferente de acabar com as espinhas - fritando-as. O Zeno é um aparelho portátil que usa calor para atacar e matar a P. acnes, bactéria causadora da acne.


Conrad fez um protótipo na garagem de sua casa, mas queria produzir em série o aparelho. O problema da versão caseira estava em seu tamanho - e também no preço, alto demais. Ele precisava de algo menor e mais eficiente para fornecer calor. Foi aí que entrou o Satop, um programa da Nasa criado para ajudar, com engenharia, pequenos negócios que enfrentam problemas no projeto ou desenvolvimento de produtos. A empresa de Conrad, chamada Tyrell, teve acesso ao Satop graças ao Centro Espacial Johnson, em Houston (Texas). Conrad foi apresentado ao engenheiro de projetos Allen J. Saad, que trabalhava na Boeing, tradicional fornecedora da Nasa.




Saad usou sua experiência para chegar a uma enorme redução no custo do aquecedor do aparelho - de US$ 80 para US$ 0,10. O Zeno consegue atingir as bactérias da base das espinhas com o nível certo de calor, matando-as sem prejudicar a pele vizinha.

1: Equipamentos para cabeleireiros com nanopartículas

Astronautas não têm muito o que fazer com seu cabelo no espaço; eles lavam os fios com xampus especiais sem enxague - e é só. Mas na Terra a indústria ligada aos cuidados com os cabelos é grande, e os fabricantes procuram constantemente aperfeiçoar seus produtos. Um deles resolveu pedir ajuda à Nasa. Em 2001 Farouk Shami, fundador de uma empresa de produtos para cabelo, conheceu numa conferência sobre nanotecnologia o cientista da Nasa Dennis Morrison. Durante décadas Morrison tinha pesquisado materiais nanocerâmicos - pequenas partículas de cerâmica do tamanho de um décimo de milésimo da espessura de um fio de cabelo. Seu trabalho levou à criação de microcápsulas de medicamentos para ser injetadas em tumores.


Shami queira usar material nanocerâmico na superfície de instrumentos de cabeleireiros como ferros de alisar. Baseado no que aprendeu com Morrison, ele criou um material composto de metal e cerâmica que liberava íons negativos ao ser aquecido. De acordo com a Farouk Systems, empresa de Farouk, o resultado final é cabelo mais macio, brilhante e maleável. Shami também criou produtos com nanopartículas de prata, que a Nasa pesquisava como forma de manter limpas no espaço as superfícies. Por suas propriedades antimicrobianas, a prata, aplicada de forma microscópica na superfície dos utensílios de cabeleireiro, os torna autodesinfetantes. 




Depois de se aposentar da Nasa, em 2006, Morrison foi trabalhar na Farouk Systems. Entre seus projetos está o uso de luz quase infravermelha, de LEDs (que ele pesquisava na Nasa por sua capacidade de curar a pele) em produtos que supostamente diminuem o tempo de secagem do cabelo e estimulam seu crescimento.


Um comentário:

  1. Esssa eu recomendo para todos aqueles que acessarem e se interessarem!!! Valew

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