Período: Jurássico Tardio.
Ordem, subordem, família: Saurischia, Sauropodomorpha, Diplodocidae.
Localização: América do Norte.
Comprimento: 21 metros.
O Apatosaurus ajax, mais conhecido como brontossauro, movimentava-se constantemente, alimentando-se dia e noite. Quando eles passavam, o chão tremia porque um animal adulto pesava o equivalente a cinco elefantes. A idéia do estrondo que um animal podia fazer ao caminhar deu nome ao brontossauro, o "lagarto trovão". O nome apatossauro foi usado inicialmente para esse dinossauro, portanto é o nome correto, mas seu significado literal, "réptil sorrateiro", dificilmente se aplicaria a um gigante como ele. Com altura de 3,60 metros nos ombros, comprimento de cerca de 21 metros e peso de 30 toneladas, esse pacífico herbívoro não era capaz de se esconder ou desaparecer no cenário.
Museu Canadense da Natureza
Como seus parentes próximos, o barossauro e o superssauro, esse saurópode tinha cabeça pequena, um pescoço longo e esguio, e uma seção central robusta e pesada. Também era dotado de fortes pernas e de uma longa cauda que terminava em um chicote fino.
Museu Americano de História Natural
Alguns anos atrás, um dos mais célebres erros da história da ciência foi identificado: o esqueleto de brontossauro em exibição no Museu Carnegie de História Natural, em Pittsburgh, portava o crânio errado. O crânio de um camarassauro, que pertencia a família diferente, havia sido instalado no esqueleto. O brontossauro foi localizado quase completo, quando escavado, mas sem cabeça. Na época, o melhor palpite era o de que seu crânio se assemelhava ao do camarassauro, com perfil arredondado e obtuso, grandes dentes usados para esmagar alimentos, e mandíbulas poderosas. Os cientistas que perceberam o erro estudaram os mapas da escavação onde todos os ossos haviam sido localizados e perceberam que o crânio correto havia se separado do corpo por alguns metros, antes da fossilização. O crânio verdadeiro também era parte do acervo do Museu Carnegie. O crânio do brontossauro se assemelhava bastante ao do diplodoco, com um perfil alongado e fino, e dentes pequenos e delicados na porção frontal da mandíbula.
O pescoço do brontossauro era pequeno, perto da cabeça, mas a base do pescoço, perto do corpo, era bem larga, e os ossos do pescoço eram longos e maciços. A despeito de seu pescoço longo, a capacidade de elevar a cabeça dos brontossauros era limitada, e eles provavelmente não podiam erguê-las muito acima dos ombros.
Os ossos da porção média do corpo eram imensos. As costelas eram longas e retas, e as vértebras eram grandes, mas apresentavam porções ocas que as tornavam mais leves, sem lhes tirar a força. As pernas eram retas e fortes, como as de um elefante, com pequenos e curtos dedos. Os dedos das patas dianteiras não tinham garras afiadas, exceto o interno, que tinha uma garra apontada para o lado de dentro. Os pés traseiros tinham três garras ligeiramente parecidas com o casco de uma vaca.
O brontossauro era mais alto nos quadris que nos ombros. A altura de um animal crescido era de cerca de 4,5 metros nos quadris. As ancas eram largas e os ossos da bacia precisavam suportar o imenso desgaste das caminhadas de um corpo tão pesado. Os ossos da cauda perto da parte frontal eram também imensos e todos dispunham de protrusões altas às quais os músculos se apegavam para manter a cauda longe do chão. A cauda pesava diversas toneladas, provavelmente, e seu uso mais plausível era facilitar o equilíbrio do apatossauro ao caminhar. O comprimento da cauda, cerca de nove metros até a ponta, provavelmente ajudava na distribuição do peso.
Os primeiros paleontologistas tinham muitas idéias erradas sobre o brontossauro. Devido ao seu tamanho, os cientistas acreditavam que possa ter vivido na água. Na verdade, os animais viviam em locais semi-áridos. As pegadas mostram que caminhavam em terra e seus esqueletos não exibem adaptações relacionadas a uma vida na água.
Por muitos anos, artistas e cientistas desenharam brontossauros e seus parentes arrastando as caudas no chão ao caminhar, mas não há provas disso. As pegadas dos saurópodes não apresentam marcas de cauda e os ossos da cauda não mostram sinais de dano ou desgaste. Além disso, uma cauda de duas a três toneladas se prenderia em plantas ou em rachaduras nas rochas, caso fosse arrastada. O brontossauro carregava sua cauda bem longe do corpo e ela se movia graciosamente a fim de ajudá-lo a preservar o equilíbrio.
Outra idéia errada surgiu porque o esqueleto foi montado de modo incorreto. O brontossauro foi montado com as patas abertas, o que indicaria que ele caminhava com movimento pronunciado dos quadris. As pegadas demonstram que os saurópodes posicionavam os pés quase exatamente sob o centro de seus corpos, ao caminhar. É provável que caminhassem de maneira tão graciosa e tão eficiente quanto os elefantes.
O brontossauro, assim como os demais saurópodes, era herbívoro. Os paleontologistas argumentam sobre que métodos ele empregava para comer o bastante para manter vivo seu corpo de 30 toneladas. O crânio e as mandíbulas parecem pequenos demais para a ingestão de volume suficiente de comida. Além disso, as plantas dominantes da época, as coníferas, não eram nutritivas o bastante para esses gigantes. Uma adaptação que ajudava em sua digestão eram os gastrólitos, ou "pedras estomacais", em seus aparelhos digestivos. Os dinossauros engoliam pequenas pedras que ajudavam a triturar as plantas em seus estômagos. Gastrólitos são ocasionalmente encontrados em escavações de brontossauros e de seus parentes.
Os bontossauros adultos tinham poucos inimigos, mas os mais jovens seriam presas fáceis para predadores gigantes como os alossauros e os ceratossauros. Os jovens provavelmente se mantinham próximos de seus pais e de outros adultos, que os protegiam contra ataques. Um conjunto de pegadas de dinossauros no Texas demonstra que, em um rebanho de saurópodes, os adultos se moviam do lado de fora e os animais mais jovens ficavam perto do centro do grupo.
O brontossauro era um dos saurópodes mais comuns. Restos do animal foram encontrados em Utah, no Colorado e em Wyoming, mas ele pode ter vivido também mais ao sul e mais ao norte. Esqueletos e restaurações de brontossauros estão entre os exemplares mais comuns em museus porque poucos dinossauros eram maiores. Trata-se do mais estudado dos saurópodes.
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