quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Compsógnato

Período: Jurássico tardio.
Ordem, subordem, família: Saurischia, Theropoda, Compsognathidae.
Localização: Europa (Alemanha, França).
Comprimento: 60 centímetros.
Nem todos os dinossauros carnívoros eram os gigantescos monstros que nos acostumamos a imaginar. O compsógnato foi um dos menores dinossauros conhecidos. Era um predador do tamanho de um peru e vivia próximo à água. O pequeno animal corria sobre suas patas traseiras, de forma semelhante a um pássaro, caçando lagartos e pequenos mamíferos, e atacando suas vítimas com mãos pequenas. Talvez o prato preferido do compsógnato tenha sido o arqueopterix, o mais antigo pássaro conhecido.
O paleontologista alemão Andreas Wagner descreveu o primeiro compsógnato em 1861. O nome significa "mandíbula elegante". Um médico chamado Oberndorfer encontrou o espécime em pedras litográficas perto da cidade alemã de Kelheim. Como acontece no caso de muitos fósseis de vertebrados, as rochas sedimentares o haviam comprimido até que se tornasse uma superfície lisa. Os ossos do animal eram finos demais para não serem esmagados enquanto estavam sendo fossilizados. Mas a natureza preservou seu esqueleto completo, da grande cabeça a quase metade da cauda longa e esbelta. Wagner não identificou o compsógnato como dinossauro, provavelmente porque o animal não se enquadrava à imagem que se tinha de dinossauros - grandalhões e lentos. 
Diversos anos mais tarde, Thomas Huxley usou o compsognato como exemplo em sua teoria de que os pássaros modernos descendiam de "répteis semelhantes a pássaros". Enquanto os cientistas estudavam os esqueletos de outros terópodes, como o alossauro e o ornitomimo, foi se tornando claro que o compsognato era um parente menor de dinossauros como esses.
Em 1881, Othniel Marsh percebeu que o espécime de Marsh tinha algo em sua barriga, possivelmente um embrião. Franz Nopsca argumentou, em 1903, que o objeto era grande demais para ser um embrião e concluiu que se tratava de restos de um lagarto, a última refeição do animal. Passados 75 anos, o paleontologista John Ostrom identificou o lagarto como um bavarissauro. 
O Compsognathus longipes é presença rara em coleções de museus. Existe apenas mais um espécime além do de Wagner, um esqueleto cerca de 50% maior, descoberto em pedra calcária litográfica perto de Canjuers, França. Um grupo de paleontologistas franceses apresentou esse esqueleto em 1972. Eles acreditavam que pertencesse a uma espécie diferente. A espécie foi batizada como Compsognathus corallestris. Tinha nadadeiras em vez de mãos e proporções diferentes no esqueleto. Ostrom demonstrou, porém, que a "impressão de nadadeira" no espécime não pertencia ao animal. Também demonstrou que as diferenças de tamanho entre os dois espécimes provavelmente se deviam a uma diferença de idade. Ele considera que o esqueleto francês seja o do animal plenamente desenvolvido, enquanto o alemão seria mais jovem. Os cientistas agora acreditam que ambos os animais sejam parte da espécie Compsognathus longipes.
O estudo de Ostrom, em 1978, indica que o compsógnato provavelmente tinha mãos com dois dedos. Isso surpreendeu muitos paleontologistas, porque todos os demais terópodes conhecidos, exceto os tiranossaurídeos, tinham mãos com três ou mais dedos. Nem todos concordam que a interpretação de Ostrom esteja correta. O compsógnato é diferente o bastante para ser classificado como único membro de sua família, os compsognatídeos.

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