Conforme Azevedo Netto (1984), documentos em sânscrito datados de 2.000 a.C. aconselhavam o acondicionamento da água em vasos de cobre, à sua exposição ao sol e filtragem através do carvão, ou ainda, pela imersão de barra de ferro aquecida, bem como o uso de areia e cascalho para filtração da água. Por volta de 1500 a.C., os egípcios já utilizavam a prática da decantação para purificação da água.
Especialistas no assunto descrevem que no decorrer da história várias civilizações entraram em decadência em função de desequilíbrios ambientais. Supõem-se que a civilização acadiana se extinguiu devido à seca do Tigre e do Eufrates. Estudos revelam que épocas de anarquia e banditismo; com rupturas na sucessão política e substituição de faraós; coincidem com os períodos de seca e as longas vazantes do Nilo.
Na América os Maias, os Astecas e os Incas provavelmente teriam abandonado suas cidades, pela contaminação e poluição da água e do solo provocados pela destruição da mata primitiva.
Quase sempre a primeira preocupação dos assentamentos humanos era se localizar nas proximidades dos mananciais d'água; entretanto na medida em que povoados transformavam-se em cidades, também as reservas d'água tornavam-se, insuficientes e expostas à contaminação e poluição. Os primeiros filósofos gregos freqüentemente chamados de “filósofos da natureza”, diziam que “Filosofia é o fruto da capacidade humana de se admirar com as coisas”, porque se interessavam pela natureza e pelos processos naturais. Queriam saber como a água podia se transformar em peixes vivos, ou como a terra sem vida, podia se transformar em árvores frondosas ou em flores multicoloridas.
Desde Homero (700 a.C.), na tentativa de descobrir leis que fossem eternas, filósofos deram os primeiros passos na direção de uma forma científica de pensar; eram capazes de elaborar conceitos e idéias abstratas, partindo apenas da observação de fenômenos naturais, como tempestades, inundações, etc; sem ter que para isso recorrer aos mitos.
Thales de Mileto (625 - 548 a.C.). supostamente com os conhecimentos adquiridos junto aos egípcios, descobriu que a Terra era redonda e que a água fosse a origem de todas as coisas; observando como os campos inundados ficavam fecundos, depois que as águas do Nilo retornavam ao seu delta.
Por volta de 460 a.C., supõe-se que a ciência médica grega tenha sido fundada, por Hipócrates - pai da medicina - que apesar de não conhecer o mundo dos seres microscópicos “recomendava ferver e filtrar a água de beber”; sua teoria dizia que o caminho para a saúde do homem está na moderação e num modo de vida saudável - “mente sã em corpo são”.
Precisamente nesta época, Sócrates (470 - 399 a.C.) andava pelas ruas e praças conversando com os atenienses, espaço onde foi lançada a pedra fundamental de toda a civilização européia e formulados palavras e conceitos como: “polÍtica, democracia, economia, história, biologia, fÍsica, matemática, lógica, teologia, filosofia, ética, psicologia, teoria, método, idéia e sistema”. Foi Sócrates que relacionou a deficiência de iodo na água com o (bócio) aumento da tireóide (hiper-tireoidismo).
Platão (426-348 a.C.) manteve contato e foi discípulo de Sócrates; muito mais que um educador, elaborou sistema filosófico e um método de investigação na Academia; que não era aberta para todos; mas, para aquele que pelas qualificações da alma, detinha as condições de obtenção do conhecimento. Assim como Sócrates, Platão acreditava na reencarnação, na imortalidade da alma eafirmava que: "O ouro tem muito valor e pouca utilidade, comparado à água, que é a coisa mais útil do mundo e não lhes dão valor".
O primeiro grande biólogo da Europa Aristóteles (384 - 322 a.C.), já conhecia "bactérias gigantes" que formavam densas massas enoveladas visíveis a olho nu; hoje classificadas como sphaerotilus. Dizia “Das coisas, a mais nobre, a mais justa e melhor é a Saúde”. Aristóteles resumiu tudo que os filósofos naturais haviam dito antes e criou o Liceu, escola que fundou e ordenou as ciências básicas da cultura européia.
Na antiga Grécia desde o século VI a.C. já havia tecnologia para captação e distribuição de água a longas distâncias. Um túnel construído em Samos, que aplicava o princípio dos vasos comunicantes e pressurização dos encanamentos para condução da água; foi considerado por Heródoto como ‘maior’ obra de engenharia da Grécia, até então. Importantes sistemas hidráulicos pressurizados foram construídos e descobertos em Pérgamo e em Emuros (180 a 160 a.C.).
Em Atenas nessa época, já existiam caixas d'água localizadas nas partes mais altas da cidade, afastamento dos esgotos e descargas em vasos sanitários.
Nenhuma civilização se compara à romana no que se refere às obras hidráulicas e saneamento. No século IV a.C. Roma já contava com 856 banhos públicos e 14 termas que consumiam aproximadamente 750 milhões de litros de água por dia, distribuídos por uma rede com mais de 400 km de extensão, conforme Liebmann (1979). Em 312 a.C., Appius Crassus construiu o primeiro aqueduto romano, o Via Appia com 16,5 km de extensão; a partir daí, os aquedutos foram disseminados por todo Império e construídos também na Alemanha, Itália, França, Espanha, Grécia, Ásia Menor e África do Norte.
Além de desenvolveram dispositivos especiais de ortoga para disciplinar os usos da água; os romanos também criaram hidrômetros para medição do consumo de água, cujo controle, era feito por administradores públicos que promoviam já nessa época o uso racional da água e praticas de reuso, ao utilizarem água dos banhos públicos nas descargas das latrinas.
A ‘cloaca máxima’ disse Azevedo Netto (1959), com 4,3 metros de diâmetro escavados na rocha assemelhava-se ao atual coletor tronco de esgotos. Entretanto, toda essa infra-estrutura de saneamento básico não foi suficiente para conter a degradação da água e do meio ambiente; apenas escondia a imundice (esgotos e lixo) das pessoas antes de despeja-los nos cursos d'água da vizinhança. Também o sepultamento dos cadáveres consistia apenas em lançá-los em fossas a céu aberto em redor da cidade.
Finalmente, Roma tornou-se uma metrópole mal cheirosa, assolada por peste, e, no dizer de um historiador, "registrou um nível tão baixo de higiene pública que outras comunidades mais primitivas nunca desceram até ele."
Duzentos anos antes do nascimento de Jesus Cristo (ano zero) vários profetas já haviam anunciado a vinda do “Messias” ou “Filho de Deus” para fundar o “Reino de Deus”. Nesta época isto tinha um significado muito político, imaginavam Jesus como um líder político, militar e religioso igual ao rei Davi.
Mas contrariamente, o mestre destranca as arcas do conhecimento enobrecido e distribui-lhe os tesouros. Dirige-se aos homens simples de coração, curvados para a gleba do sofrimento e ergue-lhes a cabeça trêmula para o Céu. Aproxima-se de quantos desconhecem a sublimidade dos próprios destinos e assopra-lhes a verdade, vazada em amor, para que o sol da esperança lhes renasça no ser. Abraça os deserdados e fala-lhes da providência infinita. Reúne, em torno de sua glória que a humildade escondia, os velhos e os doentes, os cansados e os tristes, os pobres e os oprimidos, as mães sofredoras e as crianças abandonadas e entrega-lhes as bem aventuranças celestes.
Cristo ensina que a felicidade, não pode nascer das posses efêmeras que se transferem de mão em mão, e sim da caridade e do entendimento, da modéstia e do trabalho, da tolerância e do perdão. Afirma-lhes que a Casa de Deus está construída por muitas moradas, nos mundos que enxameiam o firmamento, e que o homem deve nascer de novo para progredir na direção da sabedoria divina. Proclama que a morte não existe e que a criação é beleza e segurança, alegria e vitória em plena imortalidade.
"Da água surgiu a vida, de um curso d'água nasce uma civilização" Por John Emilio Tatton | |
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