quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A Terra está em rota de colisão com um grande asteróide?

Mesmo que você pense que a única vida no universo está na Terra, não estamos sozinhos. Além dos outros planetas e luas, no Sistema Solar existem incontáveis toneladas de poeira espacial, milhões de meteoros, asteróides,cometas e vários tipos e tamanhos de fragmentos (incluindo o lixo que nós mesmo deixamos lá) voando a velocidades incríveis e em todo tipo de órbitas. A Terra é atingida por coisas todos os dias - isso só não é observado pelas pessoas porque o impacto não é notável. A poeira espacial não nos agride. Os maiores asteróides que atingem a Terra são do tamanho de uma bola de basquete no momento em que entram nas condições de combustão da atmosfera terrestre, e esses a atingem cerca de uma vez por semana. Só os astrônomos notam. Teria que ser alguma coisa maciça - maciça em termos de espaço - para fazer com que o resto de nós notássemos. E a última vez que notamos foi em 1908, quando um asteróide com o tamanho de um campo de futebol explodiu na atmosfera da Terra, com a força de uma bomba de 15 megatons, destruindo uma área de 2.000 km² da Sibéria. Abomba nuclear que os Estados Unidos jogou sobre Hiroshima tinha uma potância de 15 kilotons.
Portanto, imagine as sobrancelhas franzidas quando a Nasa anunciou que estava expandindo seu Programa para Objetos Próximos à Terra, que identifica e rastreia asteróides, e a Agência Espacial Européia está lançando uma missão para testar um método potencial de desvio de asteróide. Constata-se que, estatisticamente falando, um asteróide do tamanho de um campo de futebol deve atingir a Terra a cada cem anos. Então - estatisticamente falando - estamos no previsto. Mas o asteróide que os cientistas observaram, fazendo conferências e liberando relatórios cuidadosamente escritos, é pelo menos duas vezes maior que um campo de futebol, e "detoná-lo" é ralmente o último recurso. É chamado Apophis, e tem cerca de 250 metros de diâmetro. A pedra de 45 milhões de toneladas está orbitando o Sol a 45 mil km por hora. Se atingir a Terra, pode facilmente destruir uma grande cidade.
De acordo com todas as fontes, as chances de colisão são pequenas, cerca de uma em 45 mil, e estão ficando menores. Em 2005 os cientistas calcularam que o Apophis tinha uma em 5.500 chances de colidir com a Terra, e eles previram que a chance de colisão continuará a diminuir. Usando cálculos baseados nas posições relativas da Terra e do Apophis em 2007, o asteróide estará dentro de 39 mil km da Terra em 2029. Isso é muito perto, muito mais perto da Terra do que está a Lua, e seremos capazes de ver a olho nu durante o dia e a noite. Mas não é com o risco iminente que os astrônomos estão preocupados. O asteróide pode chegar ainda mais perto da Terra em 2036 e há alguns algorítmos que prevêem uma colisão, mas a maioria dos especialistas diz que ele não nos atingirá. Ainda assim, as preparações estão em curso.
A idéia é planejar cedo a melhor estratégia de prevenção. Com 20 anos pela frente, podemos provavelmente ter certeza que o Apophis não nos atingirá, mesmo que ele queira. A maioria dos cientistas pensa que explodi-lo com uma bomba nuclear é uma péssima idéia - acabamos com uma porção de asteróides grandes atingindo a Terra ao invés de acabarmos com aquele realmente grande. Outros dizem que se o explodirmos suficientemente cedo, haveria tempo suficiente para que a trajetória dos fragmentos se movimentasse para fora da zona de perigo. De qualquer forma, no momento, o método escolhido para salvar a Terra do Apophis é o desvio.
Há algumas grandes idéias pelo mundo afora. Uma deles tem várias naves espaciais ancorando no Apophis, perfurando sua superfície e bombeando para fora o seu conteúdo. A Nasa realmente fez alguma coisa como essa com sucesso na sua missão Deep Impact, que disparou um projétil para dentro de um cometa com a finalidade de revelar a composição do cometa. Com o Apophis, o objetivo seria bombear o material para fora no espaço, com força suficiente para empurrar o Apophis na direção oposta, tirando-o do curso. Os cientistas também falam sobre enviar uma nave espacial para dentro da órbita do asteróide para voar próximo a ele. Essa espaçonave "trator de gravidade" alteraria essencialmente a equação da gravidade que mantém o Apophis na sua rota, puxando o asteróide até que sua posição não mais ameace a Terra.
Mas, de acordo com Donald Yeomans, do Near Earth Object Project da Nasa, a maneira mais simples de desviar o Apophis é enviar uma nave espacial para se chocar contra o interior do asteróide, tirando-o de sua rota.
Quarenta e cinco milhões de toneladas de velocidade do asteróide à parte, o estardalhaço sobre o Apophis é alguma coisa mais ou menos ameaçadora. A Nasa estima que há 100 mil asteróides orbitando perigosamente próximos à Terra neste momento, que eles são grandes o suficiente para causar problemas, e a agência só está rastreando 4.000l deles. Precisamos solidificar um plano de ataque. Por outro lado, há 100 mil asteróides orbitando perigosamente próximos à Terra neste momento. E agora?

Nenhum comentário:

Postar um comentário