O Colosso de Rodes

O Colosso de Rodes era supostamente a única estátua maior que o poderoso Zeus de Olímpia. Mas ela não durou tanto tempo quanto a de Zeus - pelo menos não verticalmente. 
Colossus of Rhodes
No seculo 3 a.C., a ilha grega de Rodes estava em conflito com os belicosos macedônios, que desejavam a ajuda da ilha em sua guerra contra Ptolomeu 1°, no Egito. Mas a ilha não queria se envolver no conflito. Resistiu aos macedônios, que terminaram por ceder, e deixaram para trás todos os seus suprimentos e equipamentos.
Rodes sentiu tamanha gratidão pela segurança conquistada que decidiu que honraria seu deus padroeiro - Hélios, o deus do Sol - com uma estátua. A cidade vendeu os bens abandonados pelos macedônios para obter odinheiro necessário. Por volta de 294 a.C., o escultor Carés de Lindoscomeçou a trabalhar no colosso. Usando bronze, ferro e pedras como materiais de construção, ele demorou 12 anos a completar a estátua. Ela tinha quase 33 metros de altura quando foi completada - o equivalente a um edifício de 15 andares [fonte: Hillman (em inglês).
Ninguém sabe ao certo que aparência tinha o colosso ou onde ele ficava localizado na ilha. Com base em relatos escritos, estudiosos propõem a hipótese de que se tratava de uma figura ereta, com uma tocha em uma das mãos. E algumas fontes afirmam que o rosto da estátua tomava por modelo o de Alexandre Magno [fonte: Smithsonian (em inglês)]. As lendas dizem que a estátua se postava por sobre o porto, com uma perna de cada lado da entrada, formando um majestoso túnel.
Colossus of Rhodes
Three Lions/Hulton Archives/Getty Images
Visão artística do Colosso de Rodes mostra a estátua posicionada na entrada do porto da ilha, em cerca de 250 a.C. 
Embora existam diversos relatos e ilustrações que sustentam essa teoria (alguns datados da Idade Média, séculos depois da destruição da estátua), parece pouco provável que ele ficasse postada por sobre a entrada do porto. Para começar, Carés não dispunha do conhecimento, material ou capacidade técnica para sustentar o peso da estátua naquela posição. Além disso, a movimentada cidade portuária de Rodes não teria como sustentar seu povo se o porto ficasse inativo pelo tempo necessário a construir a estátua. Em vez disso, é provável que ela tenha sido esculpida no estilo clássico grego, com as pernas plantadas solidamente em alinhamento com os ombros e sobre uma base de apoio. Além disso, o colosso provavelmente se localizava em terra, bem perto do centro da cidade [fonte: Princeton].
O colosso se manteve firme por 53 anos, até que Rodes fosse atingida peloterremoto de 225 a.C. O colosso se partiu na altura dos joelhos e, ao cair, esmagou diversas casas e edificações. Quando os cidadãos de Rodes começaram a pensar em reconstruí-lo, um oráculo (mensagem dos deuses) os aconselhou a não fazê-lo. Por quase quatro séculos, o colosso continuou caído. Plínio escreveu que, mesmo naquela condição, ele continuava a ser uma maravilha. Turistas tentavam abraçar o polegar da estátua, mas ele era grande demais para que conseguissem [fonte: Smithsonian (em inglês)].
Colosso, o retorno
Falirak, uma praia turística grega, é conhecida por atrair multidões notoriamente desordeiras. Em um esforço para fazer da cidade um lugar mais familiar, o prefeito Yannis Iatridis anunciou planos de reconstruir Colosso de Rodes. Em 2005, o projeto foi iniciado sob a direção artística do escultor Nikos Kotziamanis. O trabalho deve ser concluído em 2009, ao custo de cerca de 35 milhões de euros.
Em 653 d.C., os invasores árabes da ilha venderam o colosso caído a negociantes de sucata metálica. Seu legado permanece na imagem de uma famosa estátua criada por Frederic Bartholdi, a Estátua da Liberdade (em inglês).
Nossa última parada na terra das maravilhas nos leva de volta ao começo: o Egito. Terminaremos aprendendo sobre o Farol de Alexandria. 

O Farol de Alexandria

Os estudiosos definem o Farol de Alexandria como única maravilha prática, já que tinha um propósito utilitário. Há muitas informações disponível sobre ele, ainda que alguns dos relatos sejam conflitantes. A história do farol começa por Alexandre Magno. 
Lighthouse of Alexandria
De acordo com Plutarco, Alexandre teve um sonho no qual foi instruído a procurar a pequena ilha de Faros, logo ao largo da costa do Egito. Ele escolheu Ptolemeu 1° Soter, um dos generais de seu exército, para liderar a colonização da ilha. Ptolomeu decidiu que Faros precisava de algo que a identificasse, simbólica e literalmente, pois a costa era difícil de navegar.
Alguns estudiosos atribuem a idéia do farol a Ptolomeu e outros a atribuem ao mouseion, um conselho consultivo do governo [fonte: Smithsonian (em inglês)]. A construção começou por volta de 285 a.C. Um homem chamadoSóstrates de Cnido teve papel decisivo no processo. Alguns relatos o apontam como patrocinador financeiro da obra. O farol custou cerca de 800talentos, ou barras de prata, o equivalente a cerca de US$ 3 milhões [fonte: Princeton]. Outros relatos o apontam como arquiteto do farol. 
Legado duradouro

Supostamente, Sóstrates estava tão orgulhoso de sua criação que pediu que seu nome fosse inscrito no farol. Ptolomeu 2°, que havia sucedido ao pai como soberano quando o projeto foi concluído, recusou o pedido de Sóstrates. Sóstrates inscreveu seu nome mesmo assim, recobrindo a inscrição com uma inscrição em gesso que portava o nome de Ptolomeu. Com o tempo, o gesso se desgastou e desapareceu, revelando a inscrição original. 
Ainda que não saibamos ao certo quem foi o arquiteto do farol, estamos certos sobre o projeto. Ele foi construído de mármore e argamassa, e tinha três andares. O primeiro nível era retangular, o segundo octogonal e o terceiro cilíndrico. Por sobre o terceiro piso existia uma estátua - ou de Zeus ou de Poseidon, deus do mar. Relatos de viajantes mouros do século 10 d.C. estimam a altura do farol em 300 cúbitos, ou 137 metros.
Uma rampa em espiral conduzia à entrada. Carroças e cavalos podiam subir às centenas de salas de armazenagem no primeiro pavimento. O acesso aos pisos superiores era realizado por escadas em espiral. Monta-cargas transportavam suprimentos à torre mais elevada.
pharos replica
Insa Korth/AFP/Getty Images
Escultores alemães trabalham em uma réplica de areia do farol, em um campeonato de esculturas de areia em Travemünde, julho de 2003
Os navios podiam supostamente avistar o farol a 160 quilômetros de distância [fonte:PharosLighthouse.org (em inglês)]. Durante o dia, a luz era refletida do sol, com a ajuda de um disco côncavo de metal; de noite, ela vinha de uma fogueira, alimentada por lenha ou esterco ressecado de animais. O farol sobreviveu a mais de 22 terremotos antes de seu colapso em 1303 [fonte: Clement(em inglês)]. As pessoas de Faros amavam muito o farol - ele era fonte de receita e poder para a ilha. O povo tentou consertar e restaurar o farol, entre os séculos 9 e 13, quando se tornou claro que não seria possível salvá-lo.
Hoje, há um forte construído no local do farol. A identidade de Faros se misturou tanto à do farol que este terminou por se tornar conhecido como Faros de Alexandria. "Pharos" é, igualmente, a raiz da palavra usada para "farol" em diferentes idiomas. E o conhecimento sobre ele aumentou depois que uma expedição arqueológica de mergulho em 1994 encontrou restos submersos da construção.