sábado, 23 de outubro de 2010

handbol

Introdução

Existem várias explicações para a origem do handebol. Já na Grécia antiga, há indícios de um esporte praticado com as mãos, cuja bola tinha o tamanho de uma maçã.  No entanto, o surgimento da modalidade da forma como hoje é praticada deu-se na metade do século XIX. Simultaneamente, um esporte similar ao atual handebol começou a ser jogado em várias localidades diferentes.

A mais relevante dessas práticas destacou-se na Alemanha. Denominado “raftball”, era disputado em um gramado com dimensões de futebol. A partir de então, mas ainda como handebol de campo, a modalidade foi difundida pela Europa e passou a integrar o programa dos Jogos Olímpicos de Berlim, em 1936, na Alemanha.

Porém, o crescimento do futebol e as dificuldades impostas pelo inverno rigoroso acabaram levando o handebol para o salão, e o esporte passou a ser disputado por apenas sete pessoas (inicialmente, eram onze praticantes).

Imagem cedida pelo Comitê Olímpico Brasileiro
Crédito: Washington Alves/COB/Divulgação
Em razão dessa fase de transição, a estréia da modalidade em Jogos Olímpicos só aconteceu em 1972, em Munique, na Alemanha, apenas com a competição masculina. As mulheres já disputariam medalha logo na edição de estréia, quatro anos mais tarde, no Canadá.

Regras

O handebol é jogado por duas equipes compostas por sete jogadores cada, sendo um goleiro e seis atletas de linha. O objetivo é fazer o gol na baliza adversária. O conjunto que marcar mais gols ao final do jogo será considerado vencedor.

A duração de um confronto normal é de dois tempos com 30 min cada e um intervalo de 10 min. Se ao fim desse período a partida estiver empatada, será disputada uma prorrogação de dois tempos de cinco minutos com intervalo de um minuto. Caso a igualdade persista, deverá ser aplicado o regulamento específico da competição em disputa.

O jogo começa com uma equipe postada em cima da linha que divide as duas metades da quadra e a outra na defesa, formando a barreira. O time de ataque tem de vencer a marcação adversária para fazer o gol sem invadir a área de gol do oponente. Para isso, os jogadores precisam andar em quadra batendo a bola no chão, como no basquete. No máximo, os atletas só poderão dar três passos sem quicá-la.

Imgem cedida pela Federação Paulista de Handebol
Crédito: Jorge Henrique/Photoegrafia/Divulgação
Muralha do Brasil
Uma equipe também não pode permanecer com a bola sem fazer uma tentativa de ataque. Caso isso aconteça, a atitude será considerada jogo passivo, e o time adversário ganhará um tiro livre, cobrado do local onde a bola estava antes da paralisação.

Empurrar, segurar, bater ou pular sobre um adversário são algumas das infrações possíveis no jogo de handebol. Se isso ocorrer em uma chance clara de gol, será marcado um tiro de sete metros. Caso contrário, será anotado apenas um tiro livre. Um tiro de sete metros é a penalidade máxima que pode ser aplicada a uma equipe. Nessa situação, o jogador que sofreu a falta é quem vai fazer a cobrança. Ela deve ser feita atrás da marcação específica, com os jogadores adversários atrás da linha de tiro livre.
As punições individuais do handebol consistem em advertência, exclusão e desqualificação. No primeiro caso, o jogador é avisado sobre sua conduta antidesportiva. Na exclusão, o jogador deve ficar fora da quadra por dois minutos. A desqualificação tira o atleta da partida definitivamente.

Local, táticas e equipamentos

Local
A quadra de jogo deve ser um retângulo com 40 m de comprimento e 20 m de largura. Ela é dividida em duas áreas de gol e uma área de jogo, que demarcam onde os atletas de linha podem atuar. A área de gol é marcada por uma linha que fica a seis metros da baliza. A área de jogo é o restante da quadra. 
As traves de um gol de handebol têm de ficar posicionadas nas linhas de fundo de cada lado da quadra. Já a meta deve medir 2 m de altura e 3 m de comprimento. As partes da trave que são visíveis da quadra devem ser pintadas com faixas de duas cores contrastantes, para chamar a atenção do observador.
linha de tiro livre é uma marcação tracejada que fica a 3 m de distância dalinha da área de gol. A linha de sete metros, por sua vez, é uma marcação que fica a sete metros da linha de gol e indica de onde devem ser cobradas as penalidades máximas.
Táticas
Existem dois esquemas básicos de ataque no handebol: o 5-1 e o 4-2. No primeiro, o time fica postado no setor ofensivo com cinco jogadores próximos da linha de tiro livre e um pivô próximo da linha da área de gol, atrás da barreira da defesa. 
Normalmente, essa formação é composta por um central, dois armadores, dois alas (ou pontas) e um pivô. O armador é aquele que coordena as jogadas de ataque de uma equipe e fica atrás dos seus companheiros dentro de quadra. O central também tem funções de organização ofensiva, mas tem mais possibilidade de se aproximar da linha da área de goladversária  para tentar o arremesso (conhecido como “chute” entre os praticantes). Os alas e os pontas ficam nas laterais da quadra. A diferença entre ambos é que os pontas tendem a manter-se nos lados, enquanto os alas costumam trazer a bola mais para o meio para tentar o chute. O pivô é o atleta que recebe a bola de costas para o gol, podendo distribuir o jogo ou tentar o giro para o arremesso.
As posições mantêm suas funções no esquema 4-2. Nesse caso, a diferença é que não há a figura do pivô. Em vez dele, dois centrais auxiliam na criação de jogada, dando mais movimentação à equipe.
EquipamentosO uniforme de um jogador de handebol é constituído por camiseta, calção, meia e calçado esportivo. As cores das duas equipes devem ser diferentes umas das outras, incluindo as dos goleiros. Os números das camisas devem medir 20 cm de altura nas costas e pelo menos 10 cm na frente. A bola do jogo é feita de couro ou material sintético. O tamanho e o peso, porém, diferem nas categorias masculina e feminina. Entre os homens, deve ter entre 58 cm e 60 cm de circunferência e 425 g e 475 g. Já entre asmulheres, as medidas devem estar entre 54 cm e 56 cm e o peso varia de 325 g a 375 g.
Crédito: Raquel Boari/MBPress

Brasil

O handebol chegou ao país após a I Guerra Mundial, por meio dos imigrantes alemães que se instalaram na região sul. Aos poucos, os europeus foram ensinando a modalidade aos brasileiros, ainda jogada em campos.

A prática foi bem aceita e, em 1940, foi fundada a Federação Paulista de Handebol, com Otto Schemeling como seu primeiro presidente. O esporte só passou a ser disputado no salão com o passar dos anos, mas chamou a atenção da Confederação Brasileira de Desportos (antiga CBD), que, na época, regulava todo o esporte nacional.

Foi criado, então, um departamento específico para a nova modalidade dentro da entidade, que passou a organizar campeonatos. O surgimento de uma confederação própria, porém, só aconteceria em 1979, quando foi fundada a Confederação Brasileira de Handebol (CBHb).

Apesar de ser bastante praticado no país, especialmente em escolas primárias, o handebol profissional nunca alcançou grandes resultados internacionais. Tanto no feminino quanto no masculino, a seleção verde-amarela sempre enfrentou dificuldades para chegar longe tanto nos Campeonatos Mundiais quanto nos Jogos Olímpicos, especialmente contra os europeus.
Individualmente, porém, o Brasil tem se destacado. O carioca Bruno Souza, por exemplo, faz sucesso no Velho Continente atuando na liga alemã, a mais poderosa da atualidade. Em 2003, ele chegou a ser eleito o terceiro melhor jogador do mundo.

Imagem cedida pelo Comitê Olímpico Brasileiro
Crédito: Washington Alves/COB/Divulgação
Bruno Souza

Pan-americano

Se não vai bem no confronto com seleções européias, o handebol do Brasil é uma das forças nas Américas. Desde que entrou no programa dos Jogos Pan-Americanos, em 1987, em Indianápolis, nos Estados Unidos, o país esteve no pódio em todas as edições.

Foram onze medalhas conquistadas, sendo cinco de ouro, três de prata e três de bronze. O primeiro ouro, porém, só veio em 99, em Winnipeg, no Canadá, com a seleção masculina. Quatro anos depois, o Brasil registraria seu melhor desempenho. Em Santo Domingo, na República Dominicana, as equipes masculina e feminina derrotaram a Argentina na final e levaram o ouro da competição.

Imagem cedida pelo Comitê Olimpico Brasileiro
Crédito: Luis Alvarenga/COB/Divulgação
Juceli Rosa, atleta da seleção feminina de handebol
No Pan do Rio de Janeiro, não foi diferente. O Brasil conquistou o ouro no masculino e no feminino. A seleção masculina derrotou novamente a Argentina, por 30 a 22. Já as nossas meninas derrotaram as cubanas por 30 a 17. Com esse resultado, o Brasil classificou as duas seleções para as Olimpíadas de Pequim, em 2008.
Atletas que disputaram o Pan do Rio de Janeiro
Seleção masculina
NomePosiçãoClube
Alexandre FôlhasCentralPinheiros
AlexandreGoleiroMetodista
Bruno SouzaArmadorHSV-Handball
Bruno SantanaCentralImes/São Caetano
Carlos ErtelPivôImes/São Caetano
Danilo SilvaPivôMetodista
Fabio VaniniPontaPinheiros
Felipe BorgesPontaMetodista
Fernando PachecoPontaImes/São Caetano
Guilherme OliveiraCentralPinheiros
Gustavo CardosoArmadorMetodista
Helio JustinoPontaMetodista
Jaqson KojoroskiArmadorMetodista
Jardel PizzinattoPivôMetodista
Leonardo BortoliniCentralUnifil
Luiz Carlos JúniorArmadorImes/São Caetano
Maik dos SantosGoleiroPinheiros
Marcos PauloGoleiroMetodista
Philipe LimaPontaMetodista
Renato TupanPontaWilhelmshavener Verein
Sidney CostaArmadorMetodista
Silvio de LoureanoPontaImes/São Caetano


Seleção feminina
NomePosiçãoClube
Adriana NascimentoArmadoraCornexi Alcoa HSB
Adriana GavaGoleiraGuarulhos
Alessandra de OliveiraPivôItxaco
Alexandra NascimentoPontaHyppo
Aline da SilvaArmadoraRoquetas
Aline do SantosArmadoraLe Havre
Aline RosaPontaGuarulhos
Celia da CostaPontaMetodista
Chana MassonGoleiraLeipzig
Daniela PiedadePivôHyppo
Darly de PaulaGoleiraLe Havre
Deonise FacchineloCentralLeon Bolonmano
Eduarda AmorinArmadoraKometal Gjorce
Fabiana DinizPivôLeon Bolonmano
Fabiana GripaArmadoraBlumenau
Fabiane SantanaPontaNovo Hamburgo
Francine MoraesArmadoraAlicante
Idalina MesquitaPontaLeipzig
Juceli RosaPivôMetodista
Lucila da SilvaArmadoraGuarulhos
Mayara MouraArmadoraBlumenau
Millene FigueiredoCentralRoquetas
Scheyla GrisPivôBlumenau
Silvia PinheiroArmadoraLeon Bolonmano
Viviane JacquesPontaGoya-Almeria

Curiosidades

  • Por ter surgido na Europa, o handebol sempre foi dominado por seleções do Velho Continente. Desde a estréia da modalidade no programa dos Jogos Olímpicos, em 1972, o torneio só foi vencido por não-europeus em duas oportunidades: em 88 e 92, ambas com vitórias da seleção feminina da Coréia do Sul. Há, no entanto, um certo equilíbrio entre as nações mais vencedoras da modalidade. A Rússia conquistou seis medalhas no total -  quatro como ex-URSS (duas em 76, uma em 80 e uma em 88), uma como Comunidade dos Estados Independentes (CEI), em 1992, e outra em 2000, já como Rússia. Logo atrás aparecem a antiga Iugoslávia e a Dinamarca, com três conquistas cada. Croácia e Coréia do Sul subiram no lugar mais alto do pódio em duas oportunidades.
  • Apesar de ser considerado o maior nome brasileiro do handebol em todos os tempos, o armador Bruno Souza já passou por maus momentos na seleção nacional. O atleta ficou fora da convocação do espanhol Jordi Ribera para o Mundial da Alemanha em fevereiro de 2007 porque estaria supostamente deslumbrado com a condição de terceiro melhor jogador do mundo. Mas após o trauma de ter perdido a competição mais importante do calendário, Souza fez as pazes com Ribera e defendeu o Brasil nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro.
  • Todos os jogos do último Campeonato Mundial de Handebol, disputado em fevereiro de 2007, na Alemanha, tiveram seus ingressos esgotados e suas lotações máximas.

Imagem cedida pela Federação Internacional de Handebol
Crédito: Axel Heimken & Michael Heuberger / IHF
Campeonato Mundial de Handebol 2007

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