terça-feira, 29 de novembro de 2011

Viagens Acima da Velocidade da Luz

Dá para imaginar o Super-Homem voando atrás de uma bala, acelerando até ficar mais veloz que ela - e parando o projétil antes que atinja o alvo. Não parece nada de anormal para um super-herói. O voo do Super-Homem obedece à visão de tempo e espaço de Newton: a posição e o movimento de objetos no espaço são mensuráveis em relação a um ponto absoluto, imóvel, de referência.
No início do século 20 os cientistas se aferravam à visão newtoniana do mundo. Aí o matemático e físico Albert Einstein veio com algo que mudou tudo. Em 1905 Einstein publicou sua teoria da relatividade especial, com uma ideia estarrecedora: não existe um ponto privilegiado de referência. Tudo - até o tempo - é relativo. Dois princípios importantes fundamentavam sua teoria. O primeiro dizia que as mesmas leis da física se aplicam igualmente a todos os pontos de referência em movimento constante. O segundo estabelecia que a velocidade da luz (cerca de 300.000 km/s) é constante e independente do movimento do observador ou da fonte de luz. Segundo Einstein, se o Super-Homem voasse à metade da velocidade da luz tentando alcançar um facho de luz o facho continuaria a se afastar dele a exatamente a mesma velocidade.
Esses conceitos parecem simples, mas contêm implicações de dar nó na cabeça. Uma das mais importantes é representada pela famosa equação de Eisntein E=mc², onde E é energia, m é massa e c é a velocidade da luz. De acordo com a equação, massa e energia são a mesma entidade e podem ser transformadas uma na outra. Devido a essa equivalência, a energia que um objeto tem graças ao movimento fará sua massa aumentar. Em outras palavras, quanto mais veloz um objeto, maior sua massa. Isso se torna perceptível somente a velocidades realmente altas. Se o objeto se mover a 10% da velocidade da luz, por exemplo, sua massa será apenas 0,5% maior que a normal. Mas se ele se mover a 90% da velocidade da luz sua massa será duplicada.
Conforme um objeto se aproxima da velocidade da luz sua massa aumenta abruptamente. Se um objeto tentar atingir 300.000 km/s sua massa se tornará infinita, assim como a energia necessária para movê-lo. Por isso nenhum objeto normal pode viajar à velocidade da luz ou acima dela.
Então a resposta à pergunta do título deste texto é que não é possível viajar à velocidade da luz. Mas o que acontece perto da velocidade da luz? Saiba na próxima página.


Quase à velocidade da luz?


E se uma pessoa viajasse quase à velocidade da luz? Nesse caso, ela sentiria alguns efeitos interessantes.

Um resultado interessante é algo que os físicos chamam de dilatação do tempo, que descreve como o tempo passa mais lentamente para objetos que se movem muito velozmente. Se alguém viajasse num foguete a 90% da velocidade da luz, a passagem do tempo para essa pessoa diminuiria pela metade. Enquanto na Terra um relógio marcasse 20 minutos transcorridos, um relógio no foguete indicaria 10 minutos passados.



Haveria também estranhas consequências visuais. Uma delas, chamada aberração, levaria o campo de visão do viajante a encolher, tornando-se uma pequena "janela" em forma de túnel na frente da espaçonave. Isso acontece porque os fótons (partículas de luz extremamente pequenas), mesmo os que estão atrás do viajante, parecem vir da frente. Além disso, o viajante perceberia acentuado efeito Doppler, que faria as ondas de luz das estrelas à frente da nave se agruparem, fazendos os objetos parecerem azuis. As ondas de luz das estrelas atrás se espalhariam, parecendo vermelhas. Quanto mais veloz a nave, mais acentuado o efeito, até que toda a luz visível das estrelas à frente e atrás da nave saia do espectro visível (as cores que as pessoas enxergam). Quando as estrelas perdem os comprimentos de onda visíveis elas parecem escurecer até ficar pretas ou desaparecem contra o fundo.




É claro que para viajar mais rápido que um fóton seria necessário algo mais que a tecnologia atual dos foguetes, usada há décadas. Talvez a solução esteja na capa do Super-Homem...

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